Hospital São Pedro inaugura novo espaço da Oficina de Criatividade na terça-feira

A Oficina de Criatividade do Hospital Psiquiátrico São Pedro (HPSP) inaugura novo espaço às 10h de terça-feira (19). Localizada no andar térreo do Pavilhão de Atividades Múltiplas da instituição, conta com mais de mil metros quadrados, e tem vários ambientes para desenvolvimento de trabalhos de pintura,  desenho, escultura em argila, bordado e escrita.

A ampliação da oficina, que durante 28 anos ficou sediada em um dos prédios históricos do centenário hospital, se deve ao crescente número de frequentadores e obras produzidas. Atualmente, o acervo tem mais de 250 mil obras que passam a ser catalogadas e arquivadas em local próprio e adequado. A Sociedade de Apoio ao Doente Mental (Sadom), que há 40 anos auxilia as iniciativas da instituição, administrou e financiou parte das reformas.

A Oficina de Criatividade, fundada em 1990, foi inspirada no trabalho da psiquiatra Nise da Silveira, idealizadora do Museu de Imagens do Inconsciente do Rio de Janeiro, que utiliza a expressão plástica como agente terapêutico. O Hospital São Pedro é também um lugar de convivência e afeto que estimula a criação. Por sua atuação, a oficina se destaca no meio cultural com vários prêmios conquistados.

Em 2017, o resultado do trabalho foi reconhecido na mais importante premiação do país voltada para ações de valorização, promoção e preservação do patrimônio cultural brasileiro, trazendo para o HPSP  o 30º Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Muitos pacientes se destacaram na arte, como Luiz Guides – que frequentou o espaço desde sua fundação até 2010, quando morreu, aos 88 anos, apresentando várias exposições no Rio Grande do Sul e em outros estados. Antes de participar da oficina, Guides não havia saído fora dos portões do Hospital São Pedro. Além desse artista, outros três se destacaram como colecionadores: Natália Leite, nas artes plásticas usando o desenho, o bordado e a escultura nas suas criações; Cenilda Ribeiro e Frontino. Dos quatro colecionadores, somente Natália está viva.

A coordenadora da oficina, psicóloga Bárbara Neubarth, explica que o novo espaço se adapta ao melhor desenvolvimento de cada uma das modalidades de expressão e de linguagem, favorecendo a reabilitação psicossocial. Ela frisa que “a Oficina de Criatividade é importante tanto na questão clínica quanto no desenvolvimento da pesquisa acadêmica e, especialmente, na formação de recursos humanos para a saúde com atuação nas artes”.

O diretor técnico do HPSP, o médico psiquiatra Gilberto Brofman, diz que a inciativa produz um impacto positivo na vida dos pacientes. “A arte tem grande efeito na reabilitação e vale destacar que essa técnica não existe na rede”, afirma.

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