O pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT), admitiu estar dialogando com outros espectros políticos para a construção de uma alternativa ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Lula (PT) nas eleições deste ano. O pedetista afirma ter mantido conversas com o União Brasil e o PSD. Ele descarta, porém, uma aliança com aqueles que chama de “viúvas de Bolsonaro”: Sergio Moro e João Doria.
– Nós apoiamos o [Alexandre] Kalil, por exemplo, em Belo Horizonte, e [ACM] Neto em Salvador, de maneira que esse desdobramento está acontecendo porque eu quero ver se me reúno com todas as “não viúvas” do Bolsonaro, que a imprensa de São Paulo chama de terceira via. Eu não tenho nada a ver com [Sergio] Moro e com [João] Doria, que são as viúvas de Bolsonaro. Eu estou em outra – destacou Ciro Gomes em entrevista à rádio Tiradentes.
Tanto Moro (Podemos) quanto Doria (PSDB) são ex-aliados do atual presidente. O ex-juiz da Lava Jato foi ministro da Justiça do líder do Planalto, mas deixou o governo acusando Bolsonaro de interferência na Polícia Federal.
O governador de São Paulo, por sua vez, vinculou seu discurso a Bolsonaro em 2018, chegando a utilizar o nome “BolsoDoria” durante a campanha eleitoral. Ele se afastou do presidente devido a divergências de gestão na pandemia.
De acordo com Ciro Gomes, a decisão sobre um possível apoio entre o PDT e o União Brasil só deve ser concretizada no mês de julho.
– Nossa imprensa, naturalmente, cumprindo o seu papel, tenta antecipar o que só acontecerá em julho. Por quê? Por que todo mundo quer ver mais ou menos, com o mínimo de risco, o que vai acontecer na opinião pública que gradualmente vai se ligando no assunto eleições – explicou.