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Sapiranga: PT denuncia Prefeitura por desvio de profissionais da Educação para função de “desaglomeradores”

O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) de Sapiranga, Deoclécio Grippa, protocolou nesta quinta-feira (22/4) denúncia contra a Prefeitura de Sapiranga por desvio de função de profissionais da Educação para utilização como “desaglomeradores” em ações de combate à pandemia no município.
Na denúncia apresentada ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado o PT solicita abertura de investigação e tomada de providências para que os profissionais sejam preservados. “É uma forma de reagir aos sucessivos erros na gestão da crise que, ao invés de contribuir, coloca em risco a vida das pessoas”, ressalta Grippa.
Contratados para o cargo de Monitores de Sala e lotados na Secretaria Municipal da Educação, os trabalhadores foram compulsoriamente transferidos para a Secretaria Municipal da Saúde, por prazo indeterminado, para exercer a função de “desaglomeradores” em vias e locais públicos, sem qualquer preparo para tal atividade.
Uma monitora de sala revela o desgaste a que está sendo submetida com oito horas de caminhada por dia, sem nenhuma proteção. “É o cúmulo esta situação. Ouvimos desaforo o dia inteiro. Orientamos as pessoas para que usem máscaras, mas elas só colocam na nossa frente e depois já tiram novamente. Não faz sentido. Não temos nenhum suporte psicológico para passar o dia todo ouvindo gente nos chamando de vadia, de vagabunda, mandando a gente ir trabalhar. Não pedimos para estar aqui. Sem contar que tem atividades a serem feitas na escola. Precisamos organizar os materiais pedagógicos para os alunos, mas estão nos obrigando a ficar aqui”, desabafa.

Conforme o documento:
“Constata-se a ausência de qualquer similaridade entre as atribuições do cargo para o qual os monitores de sala foram nomeados com a função efetivamente desempenhada por esses, consubstanciando em possível desvio de função.
Deve ser destacado que os monitores de sala, atualmente “desaglomeradores”, não possuem treinamento para o exercício de tal função, tampouco recebem equipamentos de proteção individual contra o coronavírus.
Por fim, menciona-se que por óbvio os monitores de sala não se tratam de agentes de combate às endemias ou trabalhadores especializados para tanto, razão pela qual deveria a Administração Municipal utilizar-se da contratação destes últimos para a função de desaglomerador.
Diante do exposto, requer o recebimento da presente notícia de fato, com as informações prestadas, postulando a abertura de investigação e a tomada de providências para o fim de fazer cessar as condutas narradas (diga-se, possível desvio de função de servidores públicos municipais).”

Cátia Cylene
Jornalista

Redação Ferrabraz

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