O Rio Grande do Sul entra na sétima semana consecutiva em bandeira preta. O mapa da 49ª rodada do Distanciamento Controlado segue com as 21 regiões classificadas em risco altíssimo devido à ainda grande pressão sobre a capacidade hospitalar.
Mesmo com a melhora em indicadores de internação de leitos clínicos e de UTI e com redução no número de óbitos, a trava de segurança do modelo ainda é acionada pela baixa quantidade de leitos de UTI livres em comparação com leitos ocupados – o índice está em 0,06, e a salvaguarda é acionada quando baixa de 0,35.
A salvaguarda estadual foi adotada porque, quando a capacidade hospitalar está próxima do limite, alguns dados podem sofrer atrasos de preenchimento devido à sobrecarga das equipes. Além disso, os indicadores de “velocidade do avanço” e de “variação da capacidade de atendimento” se tornam prejudicados – uma vez que, mesmo havendo demanda por leitos, podem não ser preenchidos devido à lotação das áreas Covid dos hospitais. Esse aprimoramento visa melhor refletir e evitar o esgotamento de leitos.
Esse já é o mapa definitivo, sem possibilidade de envio de pedidos de reconsideração, devido à gravidade do cenário. Também segue suspensa a Regra 0-0, a partir da qual municípios sem registro de óbito ou hospitalização de moradores nos últimos 14 dias poderiam adotar protocolos de bandeira imediatamente inferior. A cogestão regional, por sua vez, está permitida.
A análise dos 11 indicadores do modelo de Distanciamento Controlado desta semana mostra que houve nova redução – 19%, de 3.743 para 3.048 –, no número de confirmados com Covid-19 em leitos clínicos. O número de internados em leitos de UTI também caiu. Nesse caso, 6%, de 2.489 para 2.341. E óbitos teve queda de 31% nas últimas duas semanas, de 2.124 para 1.475.
Mudança de protocolos e intensificação da fiscalização
No início da tarde desta sexta-feira (9/4), o governador Eduardo Leite anunciou, em transmissão ao vivo pelas redes sociais, algumas mudanças nas regras de funcionamento de estabelecimentos comerciais. Todas estão condicionadas à intensificação da fiscalização por parte dos municípios, com apoio do Estado.
Leite destacou que a redução no nível de restrições, demandado por entidades setoriais, prefeitos e deputados, só está sendo possível graças ao compromisso firmado com os prefeitos para reforço na fiscalização. Até esta sexta (9/4), o Gabinete de Crise já havia recebido 402 novos planos municipais com os pré-requisitos exigidos para permitir a cogestão, entre os quais, a atuação de um fiscal para cada 2 mil habitantes.
O governo do Estado disponibilizará até R$ 4,4 milhões para que as prefeituras possam contratar fiscais. A Secretaria da Saúde (SES) também disponibilizou um roteiro para auxiliar na estruturação dos planos de fiscalização dos municípios. O auxílio financeiro só será liberado a partir do envio e da atualização desse plano.
Considerando o aumento de 1% no número total de leitos de UTI existentes e a redução de 3% no número de internados, houve nova elevação da razão de leitos de UTI livres para cada ocupado. No entanto, a taxa de ocupação de leitos segue próxima a 100%, o que indica continuidade da pressão sobre o sistema hospitalar. Em algumas regiões, a operação segue acima da capacidade indicada. Ou seja, quem adoecer neste momento ainda encontrará os hospitais lotados.
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