Pela terceira semana consecutiva, todo o Rio Grande do Sul está em
bandeira preta – nível de risco máximo previsto no modelo de
Distanciamento Controlado –, conforme já havia sido antecipado pelo
governador Eduardo Leite. Divulgados nesta sexta-feira (12/3), os
indicadores da 45ª rodada comprovam a pressão sobre a capacidade de
atendimento hospitalar do Estado.
Mesmo considerando o aumento de
3% no número total de leitos de UTI existentes e a redução dos
internados por outras causas, a elevação dos confirmados com Covid-19 em
UTI fez com que se mantivesse quase a totalidade dos leitos de UTI do
Estado ocupados, inclusive fora dos leitos regulares, o que indica
operação acima da capacidade indicada em algumas regiões.
Por
conta desse índice, foi mais uma vez acionada a salvaguarda que aplica
automaticamente a bandeira de nível máximo a todas as regiões. Nesta
rodada, novamente teriam ficado em bandeira vermelha (nota abaixo de
2,50) as regiões de Bagé (2,41) e Pelotas (2,31), por conta da variação
de leitos de UTI, visto as correções de residência dos pacientes
hospitalizados nos leitos intensivos. No entanto, a regra tem o objetivo
de evitar colapso da regulação de leitos estadual e garantir que haja
possibilidade de transferência de pacientes.
Na 43ª rodada
(divulgada em 26/2), o Estado tinha 229 leitos livres para atender
Covid. Na semana passada (44ª rodada, dia 5/3), esse número passou a ser
negativo, com déficit de 25 leitos. Agora, apresenta falta de 213
leitos de UTI.
“Para se ter uma ideia, há 30 dias, tínhamos 800
pessoas em leitos de UTI confirmadas com Covid. Passamos para 2,4 mil
pessoas em 30 dias. Se esse ritmo continuasse, teríamos de triplicar o
número de leitos, o que é inviável. Esse é o tamanho do nosso drama”,
afirmou o governador Eduardo Leite.
• Veja mais informações no site do Distanciamento Controlado.
Mesmo
tendo ampliado em 137% a capacidade hospitalar desde o início da
pandemia, Leite reafirmou que o Estado segue fazendo todo o esforço
possível para seguir expandindo os leitos de UTI. Há, ainda, previsão de
abertura de mais 183 unidades nos próximos 10 dias.
“Não há país
no mundo que tenha conseguido superar o coronavírus, ou pelo menos
conviver com o vírus, apenas com aumento de leitos, porque a solução
efetiva é a vacina. Como ainda estamos com dificuldade a nível nacional
de imunizar massivamente e de forma rápida a população, a situação nos
demanda habilidade para melhorar a convivência, buscando equilíbrio
entre economia e saúde. Sempre tendo claro que saúde e a vida precisam
vir acima de qualquer outra coisa, especialmente em um momento crítico
como esse que estamos vivendo”, destacou Leite.
Piora em todos indicadores
Todos os 11 indicadores monitorados com relação à velocidade de propagação do coronavírus e à capacidade de atendimento hospitalar tiveram piora nesta semana – mesmo calculados em cima de números recordes da rodada anterior. Entre os quais, o número de registros de novas hospitalizações (+19%), de internados em leitos clínicos (+27%), de internados em UTIs (+19%) e de óbitos (+54%), contabilizando 1.343 mortes em apenas sete dias. Na quinta-feira (11/3), houve recorde no número diário: foram 276 mortes confirmadas em apenas 24 horas.
Por conta desse cenário e em uma tentativa de conter a piora dos indicadores, o governador antecipou na semana passada que o Estado permaneceria todo em bandeira preta pelo menos até o dia 21 de março e com a suspensão da cogestão, não permitindo a flexibilização dos protocolos pelas prefeituras.
Em reunião com representantes de setores empresariais nesta sexta (12), a secretária da Saúde, Arita Bergmann, lembrou que as regras mais rígidas são temporárias e se fazem necessárias diante da impossibilidade de parar o vírus até que se tenha a expansão da vacinação.
“Esse tempo de 14 dias nos dá esperança, embora mobilidade na circulação continuou um patamar que poderia ter sido bem menor, talvez municípios não tenham conseguido na mesma medida fazer uma mobilização e parece que as pessoas perderam o medo, então a esperança é que começaremos a ver os primeiros reflexos dessa parada estratégica de atividades econômicas para que tenhamos uma redução no número de casos novos e de interações. Talvez a queda de óbitos nem se perceba ainda, por conta do tempo de atuação do vírus, na próxima semana, mas esperamos que na terceira semana seja quando vamos colher os frutos dos sacrifícios que sabemos que todos estão fazendo”, afirmou Arita.
• número de novos registros semanais de hospitalizações confirmadas
com Covid-19 aumentou 19% entre as duas últimas semanas (de 2.818 para
3.367);
• número de internados em UTI por síndrome respiratória aguda
grave (SRAG) aumentou expressivamente em 15% no Estado entre as duas
últimas quintas-feiras (de 2.220 para 2.563);
• número de internados
em leitos clínicos com Covid-19 no RS aumentou expressivamente em 27%
entre as duas últimas quintas-feiras (de 4.204 para 5.352);
• número
de internados em leitos de UTI com Covid-19 no RS aumentou
expressivamente em 19% entre as duas últimas quintas-feiras (de 2.015
para 2.392);
• número de leitos de UTI adulto livres para atender
Covid-19 no RS é zero. No agregado do Estado o déficit de leitos
aumentou de 25 para 213 entre as duas últimas quintas-feiras;
• número de casos ativos aumentou 41% entre as últimas semanas consideradas (de 37.456 para 52.884);
•
número de registros de óbito por Covid-19 aumentou expressivamente em
54% entre as duas últimas quintas-feiras (de 872 para 1.343).
Comparativo: situação entre 11/2/2021 e 11/3/2021
• número de novos registros semanais de hospitalizações confirmadas
com Covid-19 aumentou 296% entre as duas últimas semanas (de 851 para
3.367);
• número de internados em UTI por SRAG aumentou 119% no Estado no período (1.171 para 2.563);
• número de internados em leitos clínicos com Covid-19 no RS aumentou 229% no período (de 1.627 para 5.352);
• número de internados em leitos de UTI com Covid-19 no RS aumentou 143% no período (de 985 para 2.392);
•
número de leitos de UTI adulto livres para atender Covid-19 no RS
reduziu 145% no período (de 476 para um déficit agregado no Estado de
213 leitos de UTI);
• número de casos ativos aumentou 188% no período (de 18.381 para 52.884);
• número de óbitos por Covid-19 acumulados em sete dias aumentou 268% no período (de 365 para 1.343).
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