O governo da Venezuela divulgou vídeos apontados como provas do suposto atentado sofrido no último dia 4 pelo presidente Nicolás Maduro. Neles, o governo informa que os suspeitos receberam o pagamento de US$ 50 milhões. “Ofereceram US$ 50 milhões e estadia nos Estados Unidos [aos autores do ataque]”, diz o narrador dos vídeos divulgados em uma rede obrigatória de rádio e televisão.
De acordo com o governo venezuelano, os autores materiais do atentado “receberam treinamentos sobre o uso de drones e explosivos em uma fazenda chamada Atalanta , no município de Chinácota, departamento de Norte de Santander (Colômbia), “entre abril e junho deste ano”.
Maduro disse que os “terroristas”, que se chamavam de “grupo número 2, grupo bravo” em suas comunicações internas, receberam ordens para voar dois drones com cargas explosivas para atentar contra sua vida e dos chefes políticos e militares que o acompanharam no último sábado no palco, durante um ato público.
O presidente venezuelano afirmou ainda que os drones continham estilhaços e buscavam provocar “a morte de todas as autoridades presentes no palco presidencial” durante o ato de aniversário da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, Polícia militarizada).
O governo apontou como “possíveis autores intelectuais” Rayder Alexander Russo Márquez, “conhecido como Pico, protegido na Colômbia”, e Osman Alexis Delgado, ambos envolvidos no ataque a um forte venezuelano ocorrido em agosto do ano passado.
A Promotoria venezuelana notificou esta semana que tinha identificado “todos os autores” do incidente e o governo revelou as identidades de cinco dos listados.
Entre eles estão o sargento reformado da GNB, Juan Carlos Monasterio, Yanina Pernía, Alberto Bracho, Argenis Valero Ruiz e Brayan Oropeza. Os dois últimos atuaram como pilotos dos drones.
O líder venezuelano mostrou fotografias de dois sujeitos identificados como Yilber Alberto Escalona e Gregorio José Yaguas, afirmando se tratar de dois “especialistas em explosivos” e pediu aos cidadãos que forneçam qualquer informação sobre o paradeiro deles.
Maduro também apontou o coronel reformado Oswaldo Valentín García como o “chefe dos assassinos” que planejaram matá-lo no último sábado.
“Ele está tentando captar militares para envolver-los nas suas aventuras criminais. Ele trabalha diretamente com o governo de Juan Manuel Santos (ex-presidente colombiano)”, ressaltou.
Em seu discurso, o presidente também mencionou um oficial de imigração de nome Mauricio Jiménez Pinzón, encarregado, segundo ele, de garantir aos envolvidos o livre trânsito entre a Venezuela e Colômbia.
Maduro disse que alguns dos envolvidos foram presos em flagrante, e que outros alugaram um imóvel durante sete meses em Caracas para realizar este plano e que todos também tiveram ligação com os fatos violentos ocorridos nos protestos contra o governo em 2014 e 2017.
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